PAPO RECICLADO com Ricardo Inez: 20 de Março

Fonte: asfolhasardem.wordpress.com

Criado em 1985, o Dia Mundial Sem Carne ou “Meat Out Day”, é um evento internacional promovido nos EUA pela FARM, (Farm Animal Reform Movement), com o objetivo de conscientizar os consumidores á pratica de uma dieta benéfica para o organismo e, ao mesmo tempo, humanitária em relação á crueldade e violência contra os animais. Considerada a maior campanha de sensibilização á dieta vegetariana, o "Dia Mundial Sem Carne", convida a uma alimentação á base de vegetais e frutas, sem a ingestão de qualquer tipo de carne ou peixe. Uma iniciativa inteligente e responsável, direcionada para a diminuição do consumo e a produção de carnes no mundo. Segundo dados levantados em Outubro de 2010 pelo USDA, (United States Departament of Agricuture), em 2009 foram produzidos 57,4 milhões de toneladas de carne bovina no mundo, representando um crescimento de 1,8% em relação á 2008.

Dentre os 10 países maiores consumidores de carnes no mundo, podemos destacar:

De acordo com as estimativas do GIRA, a produção mundial de carne crescerá 1,2% ao ano até 2015, sendo que o Brasil seria responsável por 21,5% deste crescimento.

Nos EUA, restam 3 milhões de fazendeiros que, juntos, produzem grãos suficientes para alimentarem 2 bilhões de pessoas, ou 1/3 da população do planeta, porém a maior parte desses grãos, não é utilizada para alimentar pessoas, e sim, (como na maioria dos países industrializados), são transformados em ração para o gado. Quanto mais um país se desenvolve, mais aumenta o seu consumo de carne. "Como a crescente demanda mundial pode ser satisfeita sem recorrer á fazendas de gado, que mais parecem campos de concentração?" Desde 1950, a pesca aumentou de 18 para 100 milhões de toneladas/ano. Milhares de pesqueiros industriais estão esvaziando os oceanos e 3/4 das zonas pesqueiras estão esgotadas. A pesca extingue a maioria dos peixes grandes, porque eles não tem tempo de se reproduzir. Estamos destruindo o ciclo de uma vida que nos foi dada. Quanto aos prejuízos ambientais, os gastos para a produção da carne, refletem na degradação do planeta:

FLORESTAS = a pecuária é responsável por 90% do desmatamento das florestas tropicais, ou seja, para cada hambúrguer de carne bovina são necessários 50 m² de floresta.

ESGOTAMENTO DA ÁGUA = bastam 100 litros de água para produzir 1 quilo de batata, 4.000 litros de água para produzir um quilo de arroz e 13.000 litros de água para produzir 1 quilo de carne bovina, isso sem falar do petróleo utilizado pela sua produção e transporte.

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS = a produção de um único hambúrguer consome a mesma quantidade de combustível fóssil que um carro popular pequeno levaria em um percurso de 32km.

SOLO = 80% das áreas cultiváveis são usadas para a criação de animais. Em 1 hectare de terra podem ser plantados 22.500 quilos de batatas, porém na mesma área, só podem ser produzidos 185 quilos de carne bovina.

Segundo a FAO (Órgão das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), a criação desses animais é responsável pela emissão de 18% de gases do efeito estufa, número superior ao emitido pelo setor de transportes. São cerca de 37% das emissões globais de metano e 65% de óxido nitroso, gases esses, com efeito dezenas de vezes superiores ao gás carbônico. Além disso, a produção de carne contribui para a fome no mundo, pois se apenas os EUA reduzissem seu consumo de carne em 10% ao ano, seria possível cultivar mais de 12 milhões de toneladas de grãos para o consumo humano, suficiente para alimentar 60 milhões de pessoas. No Brasil, Costa Rica, Colômbia, Malásia, Indonésia e Tailândia, as florestas tropicais estão sendo destruídas para dar lugar a pastos para gado. Mas a carne produzida não beneficia a população pobre desses países: é vendida às pessoas de maior poder aquisitivo ou exportada para outros países. Nos últimos 25 anos, 50% das florestas tropicais da América Central, desapareceram graças à produção de carne para o mercado norte-americano.

Estima-se que pelo menos 90% das espécies de plantas e animais de todo o planeta vivam nos trópicos, a maioria ainda não catalogada pela ciência. Além de dizimar os ecossistemas, a destruição das florestas provoca erosão, que causa enchentes e a redução das chuvas. E sem as florestas, que absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, haverá o agravamento do efeito-estufa. Além dos prejuízos ambientais, podemos salientar os malefícios que a ingestão excessiva da carne causa ao organismo. Um estudo europeu, publicado na revista do Instituto Internacional do Câncer, reforça a tese de que o consumo de carne vermelha pode provocar câncer no intestino. Os alimentos incluem carnes como as de boi, carneiro, porco e derivados como o bacon e o presunto. Duas porções de carne por dia seriam suficientes para aumentar os riscos de desenvolvimento do câncer. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda um menor consumo de carnes vermelhas. Apesar do ser humano ingerir carne vermelha há milhares de anos, o que os cientistas acreditam que ocorra nos tempos atuais, é que o consumo do alimento, juntamente com altos índices de gorduras saturadas e carboidratos, esteja elevando os riscos de doenças como o câncer de intestino. Mas quais são os benefícios de uma dieta sem carnes? Os benefícios são muitos, podemos citar:

Redução do risco de ataque cardíaco e outras enfermidades degenerativas e crônicas;

Diminuição da exposição a infecções como a Salmonella e o E-coli, que causa enfermidades a milhões de pessoas anualmente em todo mundo;

Aumento da quantidade disponível de grãos, cereais e legumes para o consumo humano, pois os animais são ineficientes na hora de converter energia em proteína;

Preservação do solo, das águas subterrâneas, dos bosques e das formas de vida selvagens, pois o ecossistema é alterado para convertê-lo em pasto animal;

Proteção do solo, da água e do ar pela contaminação por metano, urina, fezes, hormônios e pesticidas;

Salvamento de animais das jaulas, confinamento, privações, maus tratos, golpe, mutilações e uma torturante vida e morte. Cada pessoa que passa a adotar uma dieta baseada em vegetais, salva a vida de 95 animais a cada ano. No período de sua vida, uma pessoa pode salvar mais de 6.000 animais, se tornando vegetariana.

A APHA, (American Public Health Association), define um “Sistema Alimentar Sustentável” como “aquele que oferece alimentos, mantendo os ecossistemas saudáveis para atender as necessidades atuais, e também para o fornecimento de alimentos para as futuras gerações, com impacto negativo e mínimo no meio ambiente”. O crescimento econômico insustentável é um tumor maligno de um câncer da Terra, porque corrói seus ecossistemas que são seu próprio suporte de vida. A menos que o consumo dos recursos, forem de maneira ética, a civilização moderna seguirá o caminho das antigas civilizações que desabaram com a exploração irresponsável de seus recursos naturais.

PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM DO DIA MUNDIAL SEM CARNE!

Coma Bem e Viva Bem!